"O que não falta são estudos" sobre viabilidade
"O que não falta são estudos relativos ao impacto deste projeto. Se há projeto que foi estudado, este foi um deles", afirmou António Mendonça, que está a ser ouvido no Parlamento no âmbito do projeto de alta velocidade em Portugal.
O antigo governante atestou que "todos os procedimentos legais foram seguidos neste projeto" e que o antigo Governo agiu com total "transparência e cumplicidade com o Tribunal de Contas".
"Houve sempre compromissos legais e de transparência com o Tribunal de Contas, bem como vários estudos sobre a viabilidade do mesmo. Era um projeto importante, a análise custo benefício era extremamente positiva", vincou o antigo governante.
O ex-ministro lembrou que, no caso do troço Poceirão-Caia - fundamental para o transporte de mercadorias - este contava com um financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI) de 600 milhões de euros, sinal da viabilidade do mesmo, segundo Mendonça.
"Se o BEI resolveu financiar este projeto é porque a análise dizia que tinham garantias de um projeto desta natureza. Para ser considerado prioritário é porque o BEI terá concluído que era um projeto importante não só para Portugal, mas para toda a Península Ibérica e a nível europeu", afirmou o ex-ministro.
António Mendonça reiterou que, segundo os vários estudos, as "vantagens são superiores aos custos inerentes a um projeto desta natureza" e que "os custos de não realização de um projeto desta natureza são muito significativos".
O antigo governante regressou hoje à comissão de inquérito para explicar o que levou o Governo, liderado por José Sócrates, a anular o concurso público relativo à construção da linha de alta velocidade, no troço Lisboa-Poceirão, em setembro de 2010, e respondia às questões colocadas pelos deputados dos grupos parlamentares do CDS-PP e do PSD.